Jornacitec Botucatu, VI JORNACITEC - Jornada Científica e Tecnológica

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ELASTOGRAFIA COMO TÉCNICA ADICIONAL AO EXAME ULTRASSONOGRÁFICO
Carmel Rezende Dadalto, Fernanda Michelon, Maria Jaqueline Mamprim

Última alteração: 2017-10-05

Resumo


A elastografia que teve seu surgimento na última década é um método de imagem associado à ultrassonografia convencional que fornece um conjunto de informações sobre a propriedade acústica e mecânica de uma área de interesse em relação ao tecido adjacente (CARVALHO; CHAMAS, 2013). É uma técnica que avalia informações sobre a elasticidade e rigidez do tecido pela compressão do mesmo sob pressão externa (OPHIR et al., 1991; GARCIA et al.,2015).

A propriedade mecânica dos tecidos está correlacionada a sua constituição molecular, sendo que a presença de fibras de colágeno, elastina, água e moléculas de gordura fornecem atributos específicos da elasticidade e rigidez desse tecido frente as forças nele exercidas (KONOFAGOU, 2004). Existem diferentes técnicas para estudar essas propriedades mecânicas e processá-las no formato de imagem para utilização diagnóstica (HOSKINS, 2012).

Uma dessas técnicas é a elastografia qualitativa estática ou compressão à mão livre, na qual o tecido avaliado é submetido a uma força, produzindo uma resposta que é medida pelo aparelho, gerando a imagem elastrográfica a partir do grau de deformação tecidual (DESTOUNIS; GRUTTADAURIA, 2013). Os tecidos rígidos sofrem menor deformação durante a compressão, enquanto que os macios são mais suscetíveis, sendo que essa deformação é representada em uma escala de cores conforme sua variação elástica. Atualmente é preconizado o uso do vermelho para tecidos macios, verdes para os tecidos de deformidade intermediária e o azul que corresponde aos tecidos com maior dureza, ou seja, menor deformação (SAFTOIUI et al., 2007).  Porém, como desvantagem essa modalidade fornece dados qualitativos e não quantitativos, é operador dependente, podendo reduzir a confiabilidade dos valores por não refletir com precisão as propriedades do tecido e com limitações referentes à conformação corporal como peso e profundidade abdominal (CARVALHO; CHAMAS, 2013; HOLDSWORTH et al., 2014).

Outra técnica utilizada é a elastrografia por onda de cisalhamento ou qualitativa, adquirindo a resposta local do tecido submetido a uma força, transformando em cálculos de deslocamento axial dos componentes em diferentes pontos do mesmo tecido, resultando no elastograma (HOSKIN, 2012). A vantagem dessa modalidade é que o valor resultante não depende do operador e são obtidos em tempo real sendo de fácil aplicabilidade na rotina clínica (CARVALHO et al., 2015).

Atualmente a técnica de elastografia mais avançada é a quantitativa ou de emissão de radiação acústica da força de impulso (acoustic radiation force impulse-ARFI), que permite a mensuração objetiva da rigidez tecidual e a expressa em valor numérico (DOBRUCH-SOBCZAC; SUDOL-SZOPINKA, 2001). Na sonoelastografia os resultados representados em escala de cores podem ser expressos em quilo Pascal (kPA), já para o método ARFI, os valores de velocidade da onda de cisalhamento são expressos em metros por segundo (m/s)(DOBRUCH-SOBCZAC; SUDOL-SZOPINKA, 2001). Como desvantagem essa técnica exige aparelhos e softwares de elevado custo e vem sendo utilizada no Brasil atualmente apenas como pesquisa (GARCIA et al.,2015).

Todas as técnicas de elastografia são ferramentas adicionais ao exame ultrassonográfico convencional, são seguras e não invasivas, e fornecem dados qualitativos ou quantitativos da rigidez tecidual podendo-se diferenciar alterações parenquimatosas difusas ou focais (CARVALHO et al., 2015).


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