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INFLUÊNCIAS DA NOVA ECOLOGIA DOS MEIOS NA TELERRADIOLOGIA
Última alteração: 2017-10-20
Resumo
A digitalização de dados, a convergência, a interatividade dos meios de comunicação, o surgimento de equipamentos e de plataformas integradas que permitem a mobilidade e o acesso à informação estão originando diferentes possibilidades de relações entre diversos setores da sociedade, como a Educação, prestação de serviços e a área da saúde, no que diz respeito à dinâmica de aquisição e compartilhamento de conteúdo e informações. Neste contexto de informação digital, a telerradiologia, que permite que um médico possa laudar um exame de imagem em qualquer lugar, desde que haja uma rede de dados disponível e uma plataforma capaz de realizar a leitura dos arquivos com extensão chamada DICOM, pode vir a ser influenciada pelo desenvolvimento de novas tecnologias midiáticas e de novos meios de compartilhamento e visualização de imagens, como por exemplo, tablets, notebooks e, até mesmo, smartphones; desta forma, podendo colocar em risco a qualidade diagnóstica das imagens. O objetivo deste estudo é apresentar uma revisão narrativa a respeito do sistema de laudos em serviços de diagnóstico por imagem, abordando de forma inicial as vantagens e as desvantagens das Novas Ecologias dos Meios no compartilhamento de imagens diagnósticas, de resultados de exames e na relação entre o médico radiologista e o profissional das técnicas radiológicas. O trabalho fundamenta-se principalmente nas ideias de Piliouras, Sus e Yu (2015) sobre a dinâmica de compartilhamento de exames em centros de Radiologia, de Nobre e Von Wangenheim (2006) sobre a ruptura entre os profissionais que realizam os exames e os médicos, e de Thrall (2007) sobre as limitações e os riscos da telerradiologia. Apesar dos avanços da telerradiologia, que vêm de encontro com a evolução da Ecologias dos Meios, descrita por Scolari (2015), e com o surgimento de novas mídias e novos canais de discussão de ideias, como visto em Levinson (2009), ao final do estudo pôde-se perceber que no setor de diagnóstico por imagem, ao mesmo tempo em que tais tecnologias e canais promovem facilidades de compartilhamento de resultados, redução no tempo de encaminhamento do paciente para o tratamento ou intervenção adequada, velocidade na emissão e compartilhamento de laudos, abertura de canais de discussão de casos entre os próprios médicos e entre médicos e os profissionais que realizam os exames, o uso de tais tecnologias também pode influenciar de forma negativa a relação entre os profissionais, colocar em risco a qualidade diagnóstica das imagens e extrapolar os preceitos éticos e de preservação dos direitos dos pacientes, mediante o compartilhamento de imagens diagnósticas identificáveis em redes sociais ou outros meios.
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