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PROPOSTA DE ENSAIO EXPERIMENTAL PARA BIODIGESTÃO ANAERÓBIA DA FRAÇÃO VEGETAL ORIUNDA DA FRAÇÃO ORGÂNICA DOS RESÍDUOS SÓLIDOS (FORSU)
Última alteração: 2019-09-26
Resumo
Segundo a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza e Resíduos Especiais (Abrelpe), em 2017 foram produzidas cerca de 78,4 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos (RSU) no país, resultando em 214.868 toneladas por dia. Deste montante diário, 22,9% são destinados aos aterros controlados e 18% são encaminhados para lixões, onde ambos os métodos são classificados impróprios para o descarte, pois polui o solo, ar, lençol freático e atraem vetores de doenças. De acordo com Barcelos (2009), citado por Reis (2012, pg.17) cerca de 55% do RSU produzido é passível de fermentação, isto é, são resíduos orgânicos degradáveis e que podem ser submetidos a processos biológicos. O biodigestor é uma tecnologia utilizada para degradar resíduos orgânicos por meio da biodigestão anaeróbia (BA). Este processo é realizado por bactérias e arqueas especializadas, que transformam o resíduo em um produto menos prejudicial ao ambiente, além de produzir biogás, um conjunto de gases que tem o gás metano como principal componente, que pode ser usado para geração de energia ou como gás de cozinha. A fração orgânica do resíduo sólido urbano (FORSU) possui alta e rápida biodegradabilidade, assim a BA desse material necessita de inoculação. Silva (2014) cita que é importante à inoculação de resíduos pré-digeridos e que detenha uma fauna de microrganismos apropriada para o processo, bem como a quantidade adequada de inóculo. Visando diminuir o impacto destes resíduos e gerar produtos passíveis à utilização humana, o respectivo estudo tem o objetivo analisar o processo de biodigestão anaeróbia da fração vegetal da FORSU. Silva (2017) avaliando a digestão de dejetos de bovino leiteiro e FORSU relatou que a proporção de 20% de FORSU no substrato (6% de ST), apresentou melhor desempenho. Dessa forma, serão utilizados biodigestores de bancada (batelada de 2L), a fim de verificar diferentes cargas orgânicas (CO) e proporções de fração vegetal e inóculo. Para isso, propõe-se utilizar um esquema fatorial (dois fatores, percentual de sólidos totais e inóculos, com dois níveis cada) no delineamento inteiramente casualizado, resultando em quatro tratamentos: (I5 – 5% de sólidos totais (ST), diluição em 100% inóculo; IA5 – 5% de ST, diluição em 50% inóculo e 50% água; I10 – 10% de ST, diluição em 100% inóculo; IA10 – 10% de ST, diluição em 50% inóculo e 50% água), com 3 repetições, com um total de 12 biodigestores. O inóculo utilizado será o efluente de biodigestor com dejeto de bovino leiteiro coletado no setor de Bovinocultura de Leite da Faculdade de Ciências Agronômicas (UNESP-FCA). Serão realizadas análises de pH, sólidos totais (ST) e voláteis (SV) no afluente e efluente (APHA, 2000). O volume de biogás será verificado semanalmente por meio do deslocamento vertical dos gasômetros acoplados aos biodigestores, assim como a produção acumulada durante o período experimental e o rendimento de biogás por kg de ST e SV (m³ kg-1).
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