A tecnologia atua em vários setores da Agricultura. A estrutura que desenvolve sistemas tecnológicos apropriados aos agricultores apresenta alta complexidade: envolve elementos tecnológicos, sociais, financeiros entre outros. (Zylbersztajn et al, 2020). Cooperativas podem implementar ações de suporte a produtores desde que bem orientadas. Segundo Zylbersztajn et al. (2020), há desafios em toda a cadeia produtiva do café e envolve: como todos os elementos interagem entre si quanto ao uso tecnológico; como é a atuação do setor público para orientar, promover alternativas, sistemas e projetos que sejam rentáveis e seguros aos produtores; como funciona a rentabilidade dos sistemas adotados para suprir essa demanda; e a questão da maximização do lucro como impulso para o seu uso e a resistência a adoção de novas tecnologias. O nível de conhecimento e informação do produtor são levados em conta, o que gera algumas barreiras para estabelecer projetos que auxiliem a produção, tais como a mecanização e uso de agricultura de precisão com técnicas de medição, avaliação e coleta de dados, georreferenciamento e sensoriamento remoto, além de uso de colheitadeiras automatizadas -  embora o manejo artesanal seja um processo muito valorizado por ser o método que melhor mantém as melhores características e qualidade do café -, passa pela gestão de produção com sistemas ERP (Entreprise Resource Planning) (PORTAL ERP, 2020), à comercialização, muitas vezes, direto ao consumidor com as redes sociais ou parcerias e novos modelos de negócio (SINDICAFÉ-MG, 2020). As Agrotechs, são startups que utilizam tecnologia e gestão, oferecem novas possibilidades e impactam tradicionais meios de produção. Termos como Big Data, Internet das coisas e outras alternativas disruptivas são conceitos estudados (RIBEIRO, 2019). O aumento da produção, o crescimento populacional, preocupação socioambiental e as mudanças climáticas eram até então preocupações que estimulavam a expansão tecnológica, pois são fatores limitadores de crescimento econômico (RIBEIRO, 2019). Agora, existe um outro cenário a ser encarado: a pandemia do Coronavírus. Surgida no final do ano de 2019, mudou a realidade do mundo. Alguns acontecimentos agravados pela pandemia foram: inúmeros países tiveram de interromper suas atividades numa quarentena que suspendeu quase toda a força de trabalho e colocou setores importantes, chamados de essenciais - dentre esses o abastecimento de alimentos-, em foco com medidas extremas de controle e fiscalização. Países produtores de café interromperam leilões preocupados com a comercialização de suas colheitas, embarques foram suspensos, grandes torrefadoras se anteciparam em suas compras (REVISTA CAFEICULTURA, 2020) e as pequenas, tiveram de amargar uma crise sem precedentes. Diante deste contexto, este trabalho pretende avaliar estratégias tecnológicas utilizadas no enfrentamento da crise causada pela pandemia, bem como mensurar as dificuldades de pequenos produtores e os danos no abastecimento da cadeia de consumo através de coleta de dados, formulários e tabelas descritivas. Assim, obter informações, dimensionar o panorama de um dos setores agrícolas mais afetados, deduzir conclusões sobre as medidas adotadas e obter um prognóstico para embasamento de estudos de aperfeiçoamento de ações corretivas.