Jornacitec Botucatu, IX JORNACITEC - Jornada Científica e Tecnológica

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DIFERENÇAS SOCIAIS E TECNOLÓGICAS EVIDENCIADAS NA PANDEMIA DO CORONA VÍRUS.
Cristiane Aparecida Fialdini de Oliveira, Vivian Toledo Santos Gambarato

Última alteração: 2020-10-07

Resumo


Em meio a pandemia do Corona Vírus ficaram evidenciadas as diferenças sociais e a falta de acesso as tecnologias. Algumas pessoas não têm acesso por falta de condições financeiras outras por estarem em locais que o sinal não chega, mas o que ficou evidente é que as classes baixas foram as mais afetadas. “O primeiro dado que precisamos lembrar é que nem todo mundo tem equipamentos que possibilitam o acesso à Internet. Em 2017, segundo dados do IBGE, 43,4% dos domicílios brasileiros possuíam computadores pessoais e 13,7% tablets. O percentual de telefones móveis, neste mesmo ano, estava presente em 93,2% dos domicílios (ao menos um por residência). A distribuição desses dispositivos, no entanto, nem sempre é igualitária” (FLORES; ARNT, 2020a). Em 2020 ainda há lugares aonde a tecnologia não chegou. Segundo um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), apenas 44% dos moradores de áreas rurais fazem uso de Internet. Nas áreas urbanas, o índice é de 70% (OLIVEIRA, 2020). O isolamento social durante a pandemia da Covid-19 impôs uma dependência da Internet com o trabalho em Home Office e ensino remoto. No entanto, problemas sociais do Brasil têm transformado a tecnologia em um obstáculo em áreas como a Educação. A Internet tem sido o canal de comunicação entre as casas das pessoas e o resto do mundo. Apesar de ser cada vez mais essencial para o funcionamento de diversos setores da sociedade, a pandemia da Covid-19 mostra como são as condições de acessibilidade no Brasil e a desigualdade social do país (JORNAL DO BRASIL, 2020). Ainda segundo o jornal, em muitos casos o telefone celular é o único meio de acesso à Internet sobretudo nas classes mais baixa. Nessas classes, o uso da Internet se dá basicamente através da contratação de planos de Internet nos quais a provedora disponibiliza uma franquia de dados com acesso limitados. O ensino remoto foi a opção encontrada para contornar a falta de aulas em escolas e universidades durante a pandemia. Ainda que seja uma solução interessante, o uso de plataformas virtuais e atividades escolares à distância coloca em destaque a desigualdade de acesso a Tecnologias Digitais de Comunicação e Informação (TDICs). E é a rede pública de ensino que mais tem problemas com desigualdade social diante da necessidade do uso da tecnologia (FLORES; ARTS, 2020b). Ainda segundo as autoras, “Achar que os estudantes estão aprendendo o que estava previsto para eles aprenderem neste mês de março/abril e voltar, depois da pandemia, ao ensino presencial com essa suposição talvez nos coloque numa posição bastante complicada”. Em um país com enormes dificuldades educacionais, é ingênuo achar que, se os alunos não aprendem na modalidade presencial, vão aprender à distância. Sem banda larga, sem um responsável que possa acompanhá-lo e sem autonomia intelectual para dar conta desse tipo de ensino. Assim, o objetivo deste trabalho é fazer uma revisão de literatura sobre o tema das desigualdades sociais e tecnológicas, evidenciando notícias e casos durante a pandemia de convid-19, desenvolver uma pesquisa com alunos e pais de alunos do ensino fundamental e alunos do ensino superior. Depois serão analisadas as respostas, discutidas e descrita uma proposta de possibilidades de melhorias no processo ensino-aprendizagem encontradas pelas instituições e Governo.

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