Jornacitec Botucatu, IX JORNACITEC - Jornada Científica e Tecnológica

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O INGLÊS NO CONTEXTO DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA BRASILEIRA
Fábio Eduardo Severino, Marco Antônio Nagao, Maria Fernanda Martins

Última alteração: 2020-10-06

Resumo


Todos nós conhecemos a importância da língua inglesa nas diversas áreas de atividade humana e, na ciência, não seria diferente. A partir dessa afirmação, buscamos mostrar a significância da língua em diferentes dimensões da pesquisa, como na comunicação por artigos, localização das instituições, intercâmbios, entre outros. O idioma de publicação é um dos aspectos estruturais mais importantes em um artigo científico para que o mesmo atinja a comunidade nacional e principalmente a internacional, sendo o inglês a língua mais utilizada (VOLPATO & FREITAS, 2003). Consequentemente, foi possível perceber o surgimento de um novo campo de trabalho com profissionais altamente especializados para tradução de artigos, seja na iniciativa privada ou nas universidades brasileiras, com muitas delas contando com escritórios que auxiliam os pesquisadores nesse processo, conferindo uma maior visibilidade internacional das pesquisas (MARQUES, 2011). A maioria dos periódicos internacionais de maior evidência exige a língua inglesa como forma de publicação e, se buscamos uma internacionalização de nossas revistas científicas, devemos migrar obrigatoriamente para este idioma (FARIAS, 2017). Entre as 20 maiores universidades do mundo em 2020, 19 estão em países em que o inglês é uma das línguas oficiais (TIMES HIGHER EDUCATION, 2020). Mesmo ainda no processo de formação de novos pesquisadores, já existe, por parte dos alunos de pós-graduação, o reconhecimento da importância do idioma no seu meio de atuação profissional (como forma de progresso) e para a divulgação cientifica (IGLESIAS & BATISTA, 2010). Vários foram os fatores - histórico, cultural, tecnológico, dentre outros - que levaram o inglês a ser adotado como idioma oficial do processo de globalização, que também alcançou a ciência (ASSIS-PETERSON & PAGLIARINI, 2007). Diante dessa conjuntura, políticas nacionais foram desenvolvidas, nos últimos anos, buscando uma maior internacionalização da ciência brasileira. Por exemplo, o Programa Ciência Sem Fronteiras, sem dúvidas, foi um marco, mas também demonstrou a baixa proficiência de inglês pelos futuros cientistas – principalmente os de baixa renda –, causada pela negligência do Estado no ensino de língua estrangeira na educação básica, embora não tenha sido impeditiva para o intercâmbio para países como Estados Unidos e Canadá (BORGES & GARCIA-FILICE, 2016). Por conseguinte, a aquisição de habilidades linguísticas como leitura, escrita e fala em inglês se torna fundamental para a sobrevivência profissional do pesquisador nacional.


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